André Morais, multiartista paraibano, volta ao teatro com obra de Mia Couto
Um homem, um menino, uma mulher, um rio, um lugar, um tempo.
Personagens do celebrado escritor moçambicano Mia Couto são envolvidos por canções africanas, pela sonoridade dos tambores e pela interpretação de um ator.
André Morais, multiartista paraibano, volta aos palcos em Memórias de Terra e Água. Ator e criador dos espetáculos Diário de um Louco e Bruta Flor, diretor do longa-metragem Rebento, e com uma carreira também dedicada à música, André volta a explorar a dramaturgia cênica unida à linguagem musical. Acompanhado do músico Victor Figueiredo, que traz para cena a criação de toda sonoridade percussiva ao vivo, o espetáculo evoca a ancestralidade e a prosa poética de Mia Couto, construindo uma ponte entre África, Brasil e o universo íntimo do ator.
André Morais, que também construiu a dramaturgia, a partir dos livros de contos do autor, faz uma ligação emocional da obra com a memória de seu pai, morto há 3 anos. Essas histórias formam a ideia de uma única jornada, a do ser humano frente ao mistério de estar vivo.
Sob a direção cênica da atriz e educadora Lúcia Serpa, compartilhada com o próprio ator, Memórias de Terra e Água busca construir um diálogo forte entre poesia, música e plateia, numa atmosfera que bebe no fantástico coexistindo com a tradição e a ligação com a natureza.
Memórias de Terra e Água
Inspirado na obra de Mia Couto
Interpretação e Dramaturgia: André Morais
Direção Musical: Victor Figueiredo
Direção Cênica: André Morais e Lúcia Serpa
Iluminação: Fabiano Diniz
Figurino: Suzy Torres
Cenário: André Morais
Produção: Nina Rosa e Metilde Alves
Uma realização: Luz e Mistério Produções Artísticas
No dia do cinema brasileiro, paraibano André Morais fala ao G1 sobre projeto que levou 10 anos para ser idealizado, filmado e lançado.
Rosa, Maria, Ana. Uma mulher, um crime, um fruto. “Rebento”, filme paraibano que levou 10 anos da idealização ao lançamento, em 2018, já percorreu mais de dez festivais e premiações Brasil afora, vencendo os prêmios de melhor filme no Diorama International Film Festival, na Índia, e no Festival Internacional de Cinema Independente, em São Paulo.
Rebento conta a história desta mulher, de diversos nomes ao longo do filme, e do crime que cometeu. Não se sabe quem ela é, nem os motivos para ter cometido tal crime. Ela abandona sua casa e família, e anda em busca de um destino, também desconhecido.
Espetáculo solo do ator André Morais expõe as confidências de um homem comum que encontra na loucura a tentativa de superar sua medíocre existência.
“É verdade que de algum tempo para cá eu tenho ouvido e visto coisas que nunca ninguém ouviu nem viu.”, expõe o personagem-narrador no monólogo Diário de um Louco do escritor russo Nicolai Gogol. O personagem é vivido pelo ator paraibano André Morais, que divide com Jorge Bweres a direção do espetáculo, numa realização do Grupo de Teatro Lavoura. A peça que está há sete anos em atividades, se apresentou por mais de 50 cidades, percorrendo todas as regiões do pais e arrebatou os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Ator e Melhor Música no Festival de Teatro de Guaramiranga no Ceará e no Festival Nacional de Teatro no Espírito Santo.
Breve sinopse
Baseado no conto russo do escritor Nicolai Gogol, o espetáculo conta as desventuras de um funcionário público desesperado de paixão pela filha do chefe que cria que para si um trono e uma coroa na tentativa de superar a medíocre existência. Toda a peça é narrada por esse personagem, que em nossa montagem é anônimo. Os questionamentos sobre a burocracia, o funcionalismo público e o poder, vistos pela ótica do mais frágil, o que ambiciona tanto ser alguém, e assim conquistar Sophie, a filha do seu chefe, que seria o símbolo de sua felicidade e sucesso social. Com a decepção de ser visto ridiculamente por sua amada, ele embarca em uma realidade paralela e a partir de uma nota de jornal acredita ser o novo Rei da Espanha. Ele governa o país, manda e desmanda em seus súditos, acredita conquistar o mais breve Sophie e ter assim o que tanto almeja. Só que em verdade ele foi internado em um hospício, seus súditos são internos e ele sofre fortes torturas e humilhações. No fim, sua única saída é refugiar-se na loucura.
O que já se disse:
“Na montagem há duas coisas fundamentais: a correspondência orgânica entre os vários elementos da cena e a atuação comovente do intérprete. A direção encontra a medida exata entre o rigor formal e delicadeza. Faz acontecer um diálogo fluente entre as narrativas muito próprias da cenografia, da iluminação e da instigante trilha sonora. Explorador dessa arquitetura, André Morais tira do texto de Gogól, com empenho raro, acordes de amor e calado desespero”.
Kil Abreu, mestre em artes, crítico-colaborador da revista Bravo!, jurado dos prêmios Shell e APCA de teatro.
“André e Jorge conseguem conduzir o público a um universo cheio de estranhezas e familiaridades. O Diário nos obriga a olhar para dentro, a despistar nossas vistas daquilo que não queremos assumir ou reconhecer em nós mesmos. Trata-te de um teatro pulsante, vivo, visceral e reconfortante. Essa é uma daquelas peças que acontecem de tempos em tempos para recuperar nossa fé na arte.”.
Léo Nolasco, doutorando em dramaturgia teatral, ator e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
“Ver o André em cena é vê-lo em sua casa. A tranqüilidade em cena esconde sua juventude, representando este Gogol com toda a dignidade que o texto exige, responsabilidade também dividida pela mão cuidadosa da direção de Jorge Bweres. O palco gosta de André, e assim fica impossível não gostarmos também”.
Fernando Yamamoto, diretor do grupo de teatro Clowns de Shakespeare.
“É um belíssimo espetáculo, essencialmente humanista, em que o ator se revela completamente. E é uma dor de todos nós, funcionários públicos. É também fisiológico porque o ator saliva e encara o público numa cumplicidade, repartidos no mesmo sentimento, o drama de sermos/vivermos equilibrados ou não na corda bamba da existência”.
Regina Castro, Professora de Arte Educação.
Festivais & Premiações
– Espetáculo selecionado para o Projeto Palco Giratório – SESC.
50 apresentações em todas as regiões do país.
– 13º Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga.
Melhor Espetáculo (júri oficial)
Melhor Ator (André Morais)
Melhor Música (Compomus/UFPB)
Indicações: Melhor Direção, Iluminação e Cenário.
-Festival Nacional de Teatro em Guaçuí – ES.
Melhor Espetáculo do Festival- Fundação Carla Augusta
Melhor Direção (André Morais e Jorge Bweres)
Melhor Ator (André Morais)
Melhor Iluminação (Jorge Bweres)
Melhor Cenografia (André Morais)
Melhor Música (COMPUMUS/UFPB)
Indicações: Melhor adaptação de texto, Maquiagem, Figurino e Júri Popular.
– Festival Nacional de Teatro de Salvador-BA
– Mostra Sesc Cariri, Crato-CE
– Festival Nacional de Teatro de Canela-RS, Espetáculo convidado.
– Projeto Balaio Teatral, Natal-RN, Espetáculo convidado.
– Projeto Ato Compacto- BNB. Fortaleza-CE, Espetáculo Convidado
– 30º Festival de Inverno de Campina Grande- PB, Mostra Nacional de Teatro.
– 11º Fenart, Festival Nacional de Artes- João Pessoa – PB, Mostra Nacional de Teatro.
– Festival Nacional de Monólogos Teresina-PI
Indicados para: Melhor Direção,Maquiagem, Iluminação e Cenário.
– Festival de Teatro de Guarabira-PB
Melhor Cenografia e Terceiro Lugar
Indicações: Melhor ator, direção, iluminação, figurino, maquiagem.